terça-feira, 20 de dezembro de 2016

um breve relato sobre o V Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo (dez/2016)



Intro:

cincos anos! cinco edições! V Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo! (http://anarcopunk.org/festival/) êêêêê! muitas palmas e salves pra incansável galera que fez o corre pra realizar tudo isso! pra galera do Coletivo Festival do Filme Anarquista e Punk – SP, formado pelos grupos Do Morro Produções, Projeto Espremedor, Editora anarcopunk Imprensa Marginal/Anarco.Filmes Produções Anarcopunx e indivíduxs, em especial para marina knup, elaine campos, quilombola regicida, juliano angelin, clayton joão!

nós, da Cin'Surg[E]nt[E] (no facebook) participamos de quatro edições. desde a segunda que a gente não falta, marcando nossa presença com nossos [A]filmes. isso nos possibilitou amadurecer juntxs nosso próprio modo de fazer filmes. pois foram quatro anos trocando ideias sobre a questão de haver ou não uma forma própria, anarquista e punk, para além do conteúdo mesmo, de fazer filmes. o que é uma provocação das melhores, pois coloca a gente pra ressignificar todas as esferas das nossas realização cinemato-gráficas! inclusive, neste exato momento, estamos construindo um texto sobre isso em particular, com nossas ideias, reflexões e resultados, que em breve publicaremos pra todxs! mas nestas frases e palavras aqui, queremos fazer um breve relato sobre o que foi essa quinta edição do festival.

sábado, dia 03 de dezembro de 2016:

de brasília chegamos em são paulo. fomos direto pro local do evento. que nesta edição foi realizado no CCJ (centro cultural da juventude) em vila nova, cachoeirinha (zona norte de sampa). foi muito massa, pois chegando lá, fomos reencontrando nossxs amigxs, trocando ideias, sendo apresentadxs ao espaço, sendo acolhidxs por quem a gente gosta tanto. na hora que chegamos estava finalizando uma oficina fodona sobreuma breve introdução à linguagem cinematográfica” realizada pela ana julia travia, só para mulheres (cis e trans). isso é excelente! mais do que necessário: empoderamento audiovisual! chega do olhar macho! é preciso uma luta pela igualdade do olhar! por uma política anarca, trans e feminista do olhar!

logo começaram as sessões de filmes. ficamos na sala 01, “escolas em luta I”. a sessão começou exibindo o curta-curtíssimo “o que é autonomia?(assista aqui) da submedia.tv. um vídeo que é um dos episódios de uma série chamada “a is for anarchy” que trata de conceitos, ideias e pensamentos anarquistas. em seguida assistimos ao filme “acabou a paz, isso aqui vai vira o chile – escolas ocupadas em são paulo” (assista aqui) realizado por carlos pronzato e lucas duarte. relatos impressionantes e inspiradores de como mais de 200 escolas foram corajosamente ocupadas por estudantes secundaristas de forma autônoma, horizontal e solidária, contra o governo alckmim que visava o fechamento arbitrário de 94 escolas. em seguida assistimos ao “desobedientes, uma lição de resistência(assista aqui), realizado por lucas duarte. outros relatos de estudantes secundaristas, que desta vez, ocuparam um prédio de ensino técnico, também em são paulo, cuja atitude nos ensina o melhor dos exercícios de desobediência civil a fazer: ocupar e resistir!

depois dessa maravilhosa aula dada por estudantes secundaristas, hora do recreio: com fome, já quase 16h, fomos almoçar, juntx com nossxs adoráveis amigxs do GECA (ana, thalita e carlos) e com o juliano e regicida, em um restaurante próximo do CCJ. e foi então que as forças da natureza nos mostrou quem é que manda no planeta: caiu uma chuva sinistra com raios e trovões. e foi ai que um raio caiu e estourou um gerador de energia no bairro. blackout geral! nenhuma luz no bairro e no CCJ. metade do primeiro dia dessa quinta edição do festival não pôde acontecer. e nós, Cin'Surg[E]nt[E], que íamos estrear nosso quarto filme no festival, o “pUNk[A]h4cK1Ng” (assista aqui), às 19h tivemos que ver quais as possibilidades de transferi-lo para o domingo. e se conseguiu, pois com o empenho da galera organizadora consegui-se passá-lo para as 14h do próximo dia. com uma tristeza profunda, não assistiríamos mais a segunda metade desse primeiro dia e não poderíamos mais trocar uma ideia massa e conhecer suas realizadorxs!

mas o que se seguiu, foi um adorável acolhimento de nós por regicida em sua casa. algo que agradecemos muito, de coração, pois foi de uma colhimento incrível que dificilmente conseguiremos retribuir. mas que, com certeza nos empenharemos ao máximo para fazê-lo quando algum dia, tanto regicida quanto qualquer outrx de nossxs amigxs de lá, passarem por este cerrado aqui que brasília insiste em destruir.

domingo, dia 04 de dezembro de 2016:

acordamos cedo para cai no segundo dia do evento. e, já no CCJ, antes de irmos para as sessões de filme do dia, fizemos novxs amigxs que ali estavam com seus corres, como zines e patches e um rango vegano da melhor qualidade! nesta manhã também aconteceu outra coisa fantástica: demos um depoimento em vídeo para nossxs amigxs, ana e carlos, do GECA (grupo de estudo de cinema e anarquia). depoimento que comporá um documentário que estão fazendo sobre o festival. foi muito divertido. e ainda tiveram que nos parar, porque a gente fala muito. se não parassem a gente, provavelmente estaríamos falando até agora. hahahaha.

14h: seguimos para a sala 01, onde estrearia nosso pUNk[A]h4cK1Ng seguido por uma conversa com o público sobre hactivismo. foi fodástico! com o auxílio da elaine e do clayton tudo ocorreu da melhor maneira possível. ah... que conversa boa! críticas positivas pra a gente seguir fazendo filme, felicitações, sugestões de outros horizontes, perguntas inteligentes, novas ideias, tudo fluiu deliciosamente bem.

16h: ainda na sala 01, sob o tema “escolas em luta II” foi exibido o inspirador “lute como uma menina!” (assista aqui). seguido por um debate com beatriz alonso, diretora do filme, com flávio colombini, co-diretor e com lilith cristina, estudante da e.e. maria josé. o documentário conta a história das meninas que participaram do movimento secundarista de ocupação das escolas em são paulo. primeiro, foi uma alegria renovadora fora do comum tomar conhecimento de uma geração de meninas tão jovens e tão lúcidas politicamente. uma lição preciosíssima de luta, principalmente para as gerações anteriores a elas. isto porque nos tira da inercia geracional de que as chances de luta só vão se tornando inútil. não! resistir e se reconfigurar é mais que preciso. é uma necessidade vital! solidariedade social e geracional já! do mesmo modo que podemos aprender com a sabedoria das pessoas que estão ai lutando há mais tempo, podemos aprender com a iniciativa e as aspiração das pessoas mais jovens. e essa sensação só se fortaleceu com a conversa pós exibição do filme. também tivemos que parar por causa do avançar das horas, já que o CCJ teria que ser fecha às 18hs.

por fim, infelizmente, chegou o momento de irmos embora de são paulo. guardar em nossos corações mais um festival, a quinta edição no caso. um festival que se tornou indispensável como referência fundamental para a realização de filmes anarquistas e punks no brasil. um festival, que, como constatamos juntx a outrxs compas realizadorxs de filmes, determina a última data do ano para que um filme fique pronto e a tempo de ser enviado para a galera que organiza o festival. só temos que agradecer a todxs que por lá passaram e possibilitaram tão incrível realização: axs velhxs e axs novxs amigxs, toda alegria, saúde e anarquia!

Cin'Surg[E]nt[E] - [A]filmes, cerrado, dezembro, 2016

sábado, 9 de janeiro de 2016

hAck3rs & cAmElÔs - tOdA prOpr!EdAdE !ntElEctUAl É Um rOUbO!

criações sob a deslicença da pirataria libertária: http://piratarialibertaria.blogspot.com.br/



[1] c!nsUrgEntE (A)f!lmEs :|: 
criar filmes: experimentais (c/ ou s/ roteiro); independentes (s/ verbas estatais ou de empresas privadas); autônomos (ideias e disposição p/ cinematizá-las); artesanais (c/ a câmera q estiver disponível); e insurgentes (em ato de rebeldia)!

[2] rUÍdOs|Em|rUÍnAs - (A)sElO|(rE)d!strO :|: 



[3] AnArcOctOpUs - Ed!tOr(A)rtEsAnAl :|:
http://anarcoctopus.blogspot.com.br/


==(A)==

livros, artigos e vídeos sobre o assunto:

[1] livros:

Copyfight – Pirataria & cultura livre” (2012)
coletâneas de artigo sobre o tema organizado por Adriano Belisário e Bruno Tarín e editado pela Azougue.



[2] artigos:



[3] vídeos:

Copyfight – Pirataria & cultura livre :|: canal no youtube com as palestras dadas no ciclo de debates em 2014 :|:
vídeos aqui




pOr UmA c!nElÍngUA

nOssOs Art!gOs

cInElíngUA e rEAlidAdE - fil0s0fAm os AUdi0visUAis?

[léo pimentel]



O audiovisual é concebido e utilizado sob a forma de signos dinâmicos como expressões verbais, sonoras e visuais do pensamento. Desse modo ele constrói sistemas ontológicos, ou seja, reflete, propõe, critica e sugere ontologias que possam funcionar, como sistemas substituíveis de realidades, ou como sistemas propositores de realidades: sua linguagem almeja corresponder ou jogar com a estrutura do real. Tal forma de pensar, não é propriamente uma novidade, já que, para o pensamento em geral algo se torna real, se “realiza”, dentro de seu processo linguístico articulado, por exemplo, seja por ideogramas chineses, ou seja por palavras portuguesas. No presente caso, o real é articulado no audiovisual pelo o que chamo de cinelíngua, conceito que elaboro, por empréstimo, desde a nossa familiaridade com a(s) visualidade(s) e narrativa(s) elaborada(s) tanto por vanguardas cinematográficas e do vídeo, quanto pela monotonia da indústria da cultura (Televisão, Cinema, Internet). O audiovisual não é meramente o conjunto das tecnologias da comunicação realizado pelas múltiplas combinações entre sons e imagens em movimento, também não se reduz a seus aspectos linguísticos (planos, ângulos, movimentos de câmera, engenharia de som, estrutura narrativa, edição), mas sim é um pensar mesmo (articulação de signos que apontam, significam e procuram algo) que abrange tanto a abstração pura (conversação do tipo técnico) como a poesia (conversação poética). No entanto, ultrapassa ambas. O audiovisual filosofa. Não apenas enquanto representação figurativa e animada da linguagem fonética, mas sim filosofa autonomamente: contribui para o pensar crítico, propositivos e imaginativo, pensando por suas próprias vias.

texto completo aqui

==(A)==

OUtrOs Art!gOs


l!vrOs & Art!gOs

livros
[léo pimentel & sandra nascimento]



== (A) ==


artigos

[léo pimentel]

[léo pimentel]

[léo pimentel]

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

(A)]pl[ - p!rAtAr!A l!bErtÁr!A

 “há em todas as coisas má uma essência de bem para os homens que saibam destilá-la.”
shakespeares, henrique v


pirata é uma pessoa inquieta, descontente. a sociedade, a política, as artes, os deuses lhe consentem um espaço repugnante, constrangedor. serve-os por um breve tempo, apercebe-se da jogatina servil e logo diz “pra mim, chega!” e se volta contra todo realismo conformista, mais ainda, recusa-se à servidão voluntária. junta as suas melhores coisas e parte, apropriando-se de seus sonhos mais libertários e…

...lança-se fora do lugar! se põe distopicamente rumo a uma utopia, ao menos. a no caso, que vos relato nesta garrafa lançada ao mar de zeros e uns, é a que chamo de “pirataria libertária”!

pirataria libertária é a impossibilidade da apropriação exclusiva – toda propriedade intelectual é um roubo! é o ato de criar, copiar, distribuir e transformar livremente as obras – queremos um mundo onde caibam todos os mundos remixados! não há respeito algum pelos direitos de autoria – sejamos mais criativxs! é distribuição de criação, esta cujas as fontes estão plenamente abertas, para fins de distribuição de renda – a conquista do pão e circo! não é uma licença tipo “creative commons”; é um não pedir licença, tal qual a ética hacker de camelôs.



:(){ pirataria libertária :|: (A)]pl[ };:



nOssOs (A)f!lmEs

[1] dOs cAnIbAIs [dE mIchEl dE mOntAIgnE] -  lÉO pImEntEl [2012]



"dos canibais" foi escrito por michel de montaigne (francês) em 1580. tal texto compõe sua obra "ensaios". "dos canibais" é a primeira relativização da europeidade realizada por um europeu ainda na era da invasão. por tal motivo o escolhi para uma cinematização insurgente. dele escolhi cinco citações que me servem como estranhos atratores para encaminhar minha ideia de "indigenia" (cujo enlace é simbolizado pela pequena bodurna que passa de mão em mão). indigenia (como um espírito da floresta) é a personagem principal do filme.

filme completo: https://youtu.be/8hwJbxDf2ks

== (A) ==

[2] À|mO(r)tE cApItAl - lÉO pImEntEl [2013]



a morte não é um instrumento. nem para o bem, nem para o mal. não é ela quem ceifa a vida. esta mesma é que se autoconsome. ela é apenas uma bailarina, que ama tudo o que vem à existência. e como prova de seu amor, sempre oferece uma última dança, à quem deixará de existir.

trailer: https://youtu.be/f21DbUkIerg

== (A) ==

[3] mAdE In brAsíLiA - lÉO pImEntEl [2013]


uma insólita viajante chega à brasilia no ano 2012 da 'deglutição do bispo sardinha'. algo estranho aconteceu nesta cidade. não há crianças. é preciso saber por quê.


filme completo: https://youtu.be/gELVUanabGM





cIn'sUrgEntE (A)f!lmEs

desde o coletivo guyraypoty (afroindigenamente anarco, punk, queer e trágico), criações atuantes de filmes insurgentes desde o exercício de uma cinelíngua libertária.

(A)filmes realizados a custo beirando o zero. desde as locações, passando pelos equipamentos, como câmeras emprestadas, às disposições em colaborar com vozes e atuações de amigxs e familiares. (A)filmes feitos de modo experimental (sem roteiro, mas com filmagens e montagens de todo o tipo como exercício de uma cinelíngua), independente (sem verbas estatais ou de empresas privadas), autônomo (uma idéia na cabeça e a disposição de cinematizá-la), artesanal (câmeras e outros equipamentos não profissional, edição em computadores coletivizados com programas livres e de código aberto) e, principalmente, insurgente (ato político de denunciar, impugnar, criticar, e desestruturar, tanto pela forma quanto pelo conteúdo cinematográfico).